Dadaísmo e Surrealismo no cinema
Ainda
na década de 1920 surgem novas estéticas cinematográficas na
Europa.
A racionalidade ocidental parecia ter chego ao seu ápice. Essa racionalidade foi responsável por grandes feitos tecnológicos (o telefone, o avião, o próprio cinema, etc), que maravilhavam os olhos humanos, mas também foi responsável pelos grande horrores testemunhado na Primeira Guerra Mundial. O progresso da civilização havia trago consigo os comportamentos mais cruéis que pareciam estar guardados há milênios nas trevas da mente humana. A morte em escala industrial, as ruínas da guerra, a fome e a pobreza, além da humilhação sofrida pelos países derrotados geravam a sensação de que a humanidade fracassou.
Afetados
por estes sentimentos, grupos de artistas desenvolveram novas
estéticas que iam na contramão da arte convencional.
O Dadaísmo e o Surrealismo foram movimentos artísticos que tiveram grandes contribuições não só para a literatura e para as artes plásticas, mas também para o cinema. Ambos surgiam da aversão aos valores burgueses, ao Estado, à família e aos bons costumes.
Surgido ainda em meados de 1916 de uma reunião entre artistas na cidade de Zurique (Suíça), o Dadaísmo evocava o ilógico, o caótico e o ininteligível como retrato de uma sociedade que havia perdido sua razão.
Datam da década de 1920 os filmes dadaístas, muito baseados na experimentação e na não-linearidade. O Dadaísmo no cinema se caracteriza pelo desapego das formas convencionais de narrativa. Salta-se de uma imagem à outra sem obedecer a uma sequencia lógica ou cronológica. Como se pode ver nos filmes Entr'acte (de René Clair) e “Retorno à Razão”(de Man Ray)
O Dadaísmo e o Surrealismo foram movimentos artísticos que tiveram grandes contribuições não só para a literatura e para as artes plásticas, mas também para o cinema. Ambos surgiam da aversão aos valores burgueses, ao Estado, à família e aos bons costumes.
Surgido ainda em meados de 1916 de uma reunião entre artistas na cidade de Zurique (Suíça), o Dadaísmo evocava o ilógico, o caótico e o ininteligível como retrato de uma sociedade que havia perdido sua razão.
Datam da década de 1920 os filmes dadaístas, muito baseados na experimentação e na não-linearidade. O Dadaísmo no cinema se caracteriza pelo desapego das formas convencionais de narrativa. Salta-se de uma imagem à outra sem obedecer a uma sequencia lógica ou cronológica. Como se pode ver nos filmes Entr'acte (de René Clair) e “Retorno à Razão”(de Man Ray)
O filme Ballet Mecánique (1924), do artista Fernand Léger, também traz fortes influências dadaístas, mas desta vez mais influenciado pelo cubismo (movimento do qual Léger foi um significativo integrante). Neste filme vemos a realidade compartimentada, como uma máquina que opera suas funções repetidas. Assim Léger quis aproximar a vida orgânica do universo mecânico. Com planos detalhes, cortes rápidos e imagens caleidoscópicas, o autor nos pergunta: Seria a vida que se repete como uma máquina, ou a máquina que dança como os seres vivos?
Nas obras dadaístas o significado não estava na forma comum de se pensar, mas em camadas mais profundas e caóticas da nossa consciência. É assim que o Dadaísmo dá as bases para o seu movimento sucessor, o Surrealismo.
O surrealismo parte das experimentações e contestações do dadaísmo e vai além, propõe uma ênfase no subconsciente, de onde viriam essas imagens caóticas. Fortemente influenciados pelos estudos de Sigmund Freud, os surrealistas tinham os sonhos como matéria-prima de suas obras.
O
filme Um Cão Andaluz (1929), numa parceria entre Salvador
Dali(principal pintor surrealista) e Luiz Buñuel(principal cineasta
surrealista), foi baseado em sonhos dos dois artistas e traz imagens
perturbadoras e atordoantes: uma mão decepada encontrada numa rua
movimentada, um olho sendo cortado por uma navalha, burros mortos,
ensanguentados sobre pianos amarrados a dois padres arrastados por um
homem.
No cinema convencional cenas assim seriam típicas de uma história de terror ou do pesadelo de algum personagem, que em algum momento acordaria. Mas nos filmes surrealistas, ninguém vai acordar destes pesadelos, pois essa é a verdadeira realidade.
No cinema convencional cenas assim seriam típicas de uma história de terror ou do pesadelo de algum personagem, que em algum momento acordaria. Mas nos filmes surrealistas, ninguém vai acordar destes pesadelos, pois essa é a verdadeira realidade.
Expondo
os aspectos horrorizantes da sociedade da época, os surrealistas
demonstraram sua profunda revolta contra o status
quo.
O
surrealismo se apropriou do cinema e produziu seus principais filmes
nas décadas de 1920 e 1930, mas influenciou profunda e
irreversivelmente o cinema daí em diante.
O
cineasta, ator, escritor e bruxo Alejandro Jodorowsky é um
importante continuador do surrealismo no cinema. Tendo forte
influência da contracultura e psicodelia dos aos 60 e 70, ele fez
filmes como “A Montanha Sagrada”(1973), fazendo fortes críticas
políticas e culturais além de se utilizar do seu conhecimento em
mitologia e magia, que se faz presente no enredo, nos personagens e
nas imagens do filme.
O
cinema comercial (Hollywood e afins) também sofre influencias do
surrealismo, mas de uma forma menos engajada, se apropriando apenas
do visual surrealista para causar encantamento ou horror ao
expectador. No geral, esses experimentos surrealistas são colocados
dentro de uma espécie de moldura, refere-se a um sonho, um delírio
de um personagem (como em “A Cela”, do ano de 2000) ou uma
história contada ou um filme assistido pelos personagens, como no
caso de “O Chamado”(2002).
Obs:
Em “A Cela” a cena do deserto é uma clara referência às
pinturas de Salvador Dali.
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