Direção de fotografia - Controle de Exposição

Como o próprio nome diz, este é o controle do quanto expomos o sensor da câmera à luz, gerando uma imagem mais clara ou mais escura (falando de uma forma mais simplificada).
Para entender os controles da câmera digital , é importante lembrarmos que o digital imita o analógico. Portanto, uma câmera digital imita os recursos das câmeras de película.
O controle da exposição é composto por três fatores controláveis:
 
1) Abertura do DIAFRAGMA (f/stop)
Definida em números decimais ou inteiros, geralmente precedidos da letra “f”, trata-se do tamanho da abertura do orifício por onde entra a luz na câmera. Quanto menor o número, mais aberto é o diafragma e mais luz entra, assim como quanto maior o número, menos luz entra. 


Por exemplo, uma abertura f/1.4 tende a deixar a foto mais clara, enquanto uma abertura f/22 permite pouca luz entrar, gerando uma imagem mais escura.

A câmera imita o olho humano, portanto o diafragma (que é um mecanismo composto por diversas lâminas, numa disposição circular) da câmera é análogo à íris do olho humano, e a abertura do diafragma equivaleria à dilatação da pupila.


 

Assim como no olho humano a dilatação da pupila causa alteração na capacidade de foco, quanto maior a abertura, menor é a profundidade de campo, ou seja, menor será a área em foco, e vice-versa.



Portanto, grandes aberturas (f/1.4 por exemplo) costumam ser utilizadas para Planos-Detalhe, enquanto pequenas aberturas (f/22 por exemplo) costumam ser utilizadas para Planos Abertos e paisagens.
Definida a abertura, para compensar o possível excesso ou falta de luz na imagem, manipulamos a velocidade do obturador e a sensibilidade ISO a fim de chegar a exposição desejada.

 
2) Velocidade do OBTURADOR
Definida em fração de segundos, é o tempo em que o diafragma ficará aberto captando a luz. No cinema e vídeo essa fração de segundo nunca é menor do que o número de quadros por segundo. Por exemplo, se um video é gravado em 30 quadros por segundo, a velocidade será 1/30 de segundo ou mais. Quanto mais rápido é o obturador mas possível é captar detalhes de movimentos, sem gerar tremidos ou borrões, no entanto menos luz entra e a imagem tende a ficar escura. Quanto mais lento deixamos o obturador mais luz entra e consequentemente a imagem tende a ficar mais clara, no entanto os objetos em movimento perdem nitidez. Para compensar a falta ou o excesso de luz devido à velocidade do obturador, manipulamos a abertura do diafragma e/ou o ISO;

  
3) Sensibilidade ISO
Equivale à sensibilidade da película nas câmeras não-digitais. Existem películas diferentes para intensidades de luz diferentes, por exemplo película ISO 100 para filmar à luz do dia e película ISO 3200 para ambientes pouco iluminados.
O ISO pode ser 100, 200, 400, 800, 1600, 3200, e assim vai, sempre multiplicando por 2. Quanto maior o ISO, mais sensível é o filme fotográfico e mais clara fica a imagem. No entanto sensibilidades muito altas geram ruídos/granulados na imagem.
Nas câmeras digitais o processo é basicamente o mesmo, ou seja, o ISO define a sensibilidade à luz do sensor, e podemos aumentá-lo ou diminuí-lo de acordo com a capacidade de cada câmera. Algumas câmeras tem o ISO variável de 80 a 1600, outras de 100 a 32000, captando imagens mesmo com pouquíssima iluminação.
No entanto é sempre bom lembrarmos que quanto maior o ISO, mais ruído a imagem pode ter, portanto ISO é a ultima coisa que devemos manipular para definir a exposição.


Algumas câmeras digitais mais simples não possuem um controle de exposição assim tão preciso, algumas tem menos variação de f/stop, ou não possuem controle manual de velocidade, ou mesmo não nos deixam controlar nem mesmo o ISO (geralmente os smartphones são assim).
Estas câmeras muitas vezes nos oferecem como controle de exposição um medidor que varia do -3 ao +3 ou do -2 ao +2, sendo o ponto zero a exposição padrão da câmera. Nestes casos ao definirmos a exposição, a própria câmera vai controlar automaticamente a abertura, velocidade e ISO. 

 



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